Certa vez recebi um email de uma jovem que dizia “não aguento mais a minha mãe, ela reclama de tudo”. No geral, jovens e adolescentes reclamam de tudo. Neste caso em especial, as coisas eram um pouco diferentes. Tive a oportunidade de conversar com a mãe e constatei que a mesma utilizava o mesmo tom agressivo para todo o tipo de reclamação com a jovem. Se a menina deixava a roupa suja atras da porta, a mãe ameaçava, se dormia muito ou esquecia de fazer uma tarefa simples, a mesma forma de falar.
Disse para a mãe “você logo terá alguém irritado e revoltado dentro de casa… é isso que quer alcançar? Como a resposta foi negativa, pois a mãe não percebia que tratava a filha daquele jeito, solicitei que ela passasse a categorizar os níveis de “bronca”. Se a menina cometesse alguma arte leve, uma conversa instruindo sobre sua importância poderia ser adotada. Se fosse algo mediano, além da conversa, a aplicação de castigo. Se a arte fosse grande, além da bronca, a aplicação (ou não) de castigo. O objetivo principal é tirar da cabeça da jovem o pensamento “faço coisa pequena ou grande levo bronca, então vou errar mesmo”.
O desfecho desta história foi que o relacionamento entre mãe e filha melhorou, de maneira que a jovem teve mais liberdade para compartilhar assuntos particulares (coisa que não fazia antes com medo de bronca).
Dar bronca em filhos faz parte da vida, mas devemos ter cuidado para não sermos chatos com coisas pequenas.
Deny Libéttener