Líder ruim? Mudando o olhar e influenciando para o bem
“Deny, odeio o líder de
música da minha Igreja! Por motivo de mudança eu tive que mudar de Igreja. Este
líder não é como o meu líder anterior. Ele não pressiona as pessoas, não obriga
ninguém a nada e acho que esse ministério não vai crescer desse jeito. Li todos
os textos do site, mas nenhum me ajudou neste sentido. O que faço?”
PARTE 01 – RECONSTRUÇÃO
DE PENSAMENTOS
Amado, como você não
é o primeiro caso a abordar este tema, vou tratar de uma forma generalizada,
até porque você não aprofundou muito o tema.
Meu objetivo é te ajudar na
percepção correta dos fatos e, se for o caso, na substituição de uma história e
para isso quero sugerir algumas ações simples.
Já que você é Cristão, ore
a Deus e peça para que Ele lhe ajude a ter os melhores olhos e o melhor coração
sobre todas as pessoas, principalmente em relação a este lider. Em seguida,
passe a observar este líder. Sei que observar o ser humano pode ser bem difícil,
mas limpe sua mente de todo e qualquer possibilidade de julgamento. Observe a
interação das pessoas com ele, busque lembrar as coisas boas que alguém possa
ter falado para você a respeito dele (caráter, postura, etc), somente observe,
procure limpar a sua mente, apenas constate. Enquanto o julgamento gera
emoções, a constatação não, são apenas fatos.
O que está sendo proposto
aqui é uma reconstrução de linha de pensamentos e esse processo vai depender de
como você vai se inclinar daqui para frente, “fazendo o caminho de volta”.
PARTE 02 – A SUBSTITUIÇÃO
DE PENSAMENTOS
Nosso pré-condicionamento
religioso/organizacional é capaz de influenciar a percepção sobre uma pessoa ou
uma situação.
A percepção negativa se
origina de uma distorção cognitiva e está sempre relacionada com estes
pré-condicionamentos (nossas crenças), ou seja, a pessoa faz a comparação
(consciente ou inconsciente) com uma experiência anterior com uma atual. Ao
aceitar esta percepção “negativa” e caminhar nesta direção, nasceu uma história.
*A substituição de
pensamentos*
A maneira de interpretar
os acontecimentos influencia a nossa reação emocional a eles, e isso é bem
sério! Por exemplo, se alguém chega atrasado em um compromisso com você,
podemos pensar: “Pode ter acontecido um problema com ele” ou ” ele acha que é
normal chegar atrasado… que falta de consideração com quem chega cedo”.
Se interpretarmos o atraso como no primeiro exemplo, ficaremos ansiosos, já o
segundo exemplo nos deixará com raiva. Veja que a situação não muda, é a nossa
reação emocional que varia de acordo com a interpretação.
Quando esse tipo de
interpretação é um problema? Quando ela se torna frequente. Passamos a
fazer comparações, criar situações para gerar confronto, etc
Sugiro um exercício para
seu momento de reflexão. Proponho uma nova “leitura” a respeito da história que
será substituída. O exercício é o seguinte: Em sua mente, visite os momentos que
você julgou que o líder deveria ser mais exigente e reflita sobre as motivações
que levaram ele a agir desta maneira. Foi para o bem dele? Para o bem do próximo?
Reflita!
PARTE 03 – O PODER DA
INFLUÊNCIA
Nestes mais de 20 anos
atuando como Personal Conselheiro, segundo meus arquivos, já ajudei 35 famílias
com um problema chamado “poder da influência”. O que é exatamente isso? Se
trata de compartilhamento excessivo de opiniões contrárias a determinada pessoa
ou organização. Destas 35, 31 tiveram problemas com Igrejas, e 24 delas o
conjugue simplesmente ficou com ojeriza de Igreja.
Vou pegar um exemplo que
trabalhei certa vez, em Campo Grande. Um marido ficou durante um bom tempo
reclamando do Pastor da Igreja para sua esposa, sobre tudo, ele não gostava de
nada. Já sua esposa vivia sossegada e tranquila e não tinha a mesma percepção que
a dele (ou simplesmente não se importava). Porém, com a insistência deste tema
na pauta de casa, a esposa ficou condicionada nesta direção. Final da História:
a esposa se desviou e nunca mais entrou em uma Igreja (tem ódio de pastores). Recentemente
trabalhei com ela para seu retorno para o evangelho e ela me considera “seu
pastor”, pois, segundo ela, nunca mais entra em uma Igreja (entrou para a
estatística dos desigrejados).
Identificar quem
influenciamos com nossos comentários é fundamental para a criação de uma nova
história e “fazer o caminho de volta”.
Porque digo isso?
Pois muitos que
compartilharam de um problema parecido com o seu externaram suas opiniões sobre
seus lideres com outros membros de ministério ou até mesmo em casa, gerando um
condicionamento coletivo nesta direção. Se isso aconteceu, será necessário fazer o
“caminho de volta”, pois, neste exato momento em que estamos nesta dinâmica,
alguém pode estar criando as suas próprias histórias (boas ou ruins) numa
direção em que ela não deveria estar, deixando de ser como Deus quer que ela
seja, para fazer aquilo que ela acha que tem que fazer, que considera correto
segundo a sua nova percepção (Leia o artigo Fazer x Ser).
Posso discordar do
posicionamento de alguém ou de alguma organização (Igreja, trabalho, etc) e
dependendo do que seja eu vou diretamente a pessoa e apresento as minhas
reclamações, não compartilhando a minha opinião/crítica com os outros colaboradores
no caso do trabalho, ou com congregados, no caso de uma Igreja, seja de forma
direta (“eu não gosto disso”) ou de forma subjetiva (“não falo nada!”), pois
estas coisas não são legais, pois como disse anteriormente, posso condicionar
alguém num caminho de equívocos.
Teremos sempre opiniões
diferentes, mas é necessário procurar sempre o melhor coração e o melhor olhar
sempre. O mais importante neste momento é a nova história que estamos
escrevendo, pois ela INFLUENCIARÁ positivamente nossa vida.
PARTE 04 – SÓ O AMOR
CONSTRÓI
“Aquele que ama a seu irmão está na luz, e
nele não há escândalo.” (1 João 2:10)
Não existe caminho de
volta ou reconstrução de uma linha de pensamento sem que todo este processo não
“pegue o caminho do amor”. Existe um artigo meu (bem simples, mas que já mudou
muitas vidas) no Personal Conselheiro, chamado “Condicionamento do Amor”. Trata-se
de um esforço em se inclinar na direção do amar, independente de qualquer
coisa, pois, é pelo amor que mudamos situações e mudamos a nossa interpretação
do mundo. Mas podemos ficar sem as minhas palavras e simplesmente dizer “se
amamos, o amor do Pai está em nós”, logo…você precisará amar, e isso precisa
se refletir em ações, mais que palavras, logo, podemos ter uma atitude mais correta
quando confrontados com situações que consideramos erradas (segundo nossa
percepção), ou seja, perguntar diretamente ao líder “porque?” e principalmente,
não compartilhar impressões com os demais membros de ministério (ou
organizações).
Uma frase que gosto
muito, de um famoso Best Seler, “o amor é o que o amor faz”, logo, depende de
ações concretas e todas elas passam pelas 3 primeiras partes deste artigo.
Em resumo, é necessário se
inclinar para uma NOVA HISTÓRIA dizendo “quero que seja diferente” (parte 01),
verificar linhas de pensamentos e considerar ter tido interpretação equivoca
sobre o que aconteceu (ou continuar nas mesmas cogitações), gerando a
SUBSTITUIÇÃO DE PENSAMENTOS (parte 02) e o reconhecimento (ou não) da
possibilidade de ter partilhado com alguém do ministério as suas percepções (parte
03), condicionando pessoas em linhas de pensamentos inapropriadas, aquilo
que poderíamos classificar como “justiça própria” (meu lider está errado e eu
certo; ele não sabe de nada e eu sei tudo). Rever todas estas coisas,
procurando o melhor coração, gerando ações de amor concretas e não a antítese.
O amor é o que o amor
faz!
PARTE 05 – COISAS X
PESSOAS – O CAMINHO DO DISCIPULADO
Durante toda a minha
caminhada Cristã, presenciei o absurdo de lideres muito preocupados com coisas
no lugar de pessoas. Cristo nos orienta “ame a seu próximo como a ti mesmo”.
No serviço na música,
precisamos ter o cuidado para não transformar “zelo” na prestação do serviço em
motivo para tratar mal o próximo. Nosso zelo, por amor a Deus, jamais pode
transformar o próximo em sparing. Por isso é que temos que caminhar com Jesus o
tempo todo, pois com toda certeza, seremos tentados nesta área.
Enrolar um cabo após uma
ministração passa a ser secundário quando um Ser Humano clama por um ouvido ou
um ombro. Existem aqueles que utilizarão disso para não enrolar, mas cada
um colhe aquilo que planta, certo? Afinal, Deus conhece o coração de todos.
Pessoas são mais importantes que coisas.
Para encerrar, certa vez
um membro do ministério compartilhou com todos: – Deny, você não impõe nada a
nós, não cria condições do tipo “se não vier na escola dominical não ministra”.
Disse a ele basicamente o que já escrevi acima, ou seja, o importante é a
pessoa servir por amor a Deus, porque ela entende que a sua presença ali
importa para Deus e que é um privilégio estar ali. Ora, se eu tiver que obrigar
alguém a alguma coisa que “graça” tem nisso? Não obrigo ninguém a nada e tenho
a equipe servindo sempre sem estresse. Ou a gente ama estar ali ou não ama. Não
somos cumpridores de escala, somos Adoradores
prestando um serviço. Amo estar ministrando com meus irmãos, os com muito
técnica e os com pouca, com os zelosos e com os nem tanto assim.
“Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco.”
FILIPENSES 4,8-9
Deny Libéttener